quarta-feira, 13 de abril de 2016

ENTENDA O BIKE FIT !



O bike fit é um processo de análise do conjunto bike-ciclista que leva à adequação da bike através de ajustes de seus componentes, considerando as características físicas específicas do ciclista. Seu principal propósito é manter aqueles segmentos corporais envolvidos na atividade e sobrecarregados, dentro dos limites de normalidade e de segurança.

Para a realização do bike fit dinâmico, inúmeros ajustes podem ser realizados. No entanto, estes devem ser criteriosos, precisos e individualizados, para que possam efetivamente prevenir lesões, reduzir ou eliminar desconfortos e aumentar o desempenho esportivo, maximizando a eficiência do pedalar. Assim, utiliza-se de uma abordagem multidimensional que identifica cada aspecto do ciclista e de sua conexão com sua bike, direcionada para cada modalidade ciclística.

1- Entrevista com o ciclista  para identificar os seus objetivos com a prática esportiva, identificar lesões prévias e desconfortos percebidos durante a prática, bem como seu histórico de saúde;

2- Exame físico específico e direcionado da postura e flexibilidades segmentar e global das cadeias musculares;

3- Análise dinâmica computadorizada através do sistema de análise de movimento em '3D RETUL Vantage' com as configurações iniciais da bike e suas repercussões sobre o alinhamento do ciclista. Para tornar o processo realmente dinâmico e mais próximo da realidade enfrentada pelo ciclista, sua bike é posicionada sobre um rolo fluido específico, que simula o atrito entre o pneu da bike e o solo e aproxima o padrão da pedalada daquele realizado durante a prática esportiva. O conjunto BIKE/CICLISTA fica posicionado sobre uma plataforma que gira 360º para que seja avaliado em todos os seus planos.

4- Conferência e ajuste dos tacos das sapatilhas de modo a manter o alinhamento adequado dos tornozelos e dos joelhos e para maximizar a transferência de potência dos membros inferiores do ciclista para o pedal;

5- Conferência e ajuste das angulações de joelhos, quadris, tronco e membros superiores e do deslocamento dos joelhos e do quadril nos 3 principais pontos do ciclo da pedalada;

6- Ajustes de angulação, deslocamento ântero-posterior e altura do selim; altura, tamanho e angulação da mesa/avanço; largura e inclinação do guidão; posicionamento das manetes de freio e das alavancas de câmbio; e teste do tamanho adequado do pedivela;

7- Repetição da análise dinâmica computadorizada realizada anteriormente, porém, agora, com as configurações finais da bike e suas repercussões sobre o alinhamento do ciclista.

Ao se falar de bike fit, questões referentes a biomecânica, personalização, conforto, prevenção e performance merecem destaque.

BIOMECANICA



Todo movimento depende de uma mecânica adequada para um desempenho eficiente, de modo que as variações de energia e as forças atuantes possam ser otimizadas. O corpo humano também segue a esta regra e seu alinhamento dentro de limites de segurança proporcionará maior eficiência e menos desgaste de suas estruturas. A ciência responsável pela aplicação dos princípios mecânicos ao organismo vivo é denominada biomecânica e o real bike fit é TOTALMENTE dirigido por ela. Os ajustes realizados durante o bike fit permitem favorecer as melhores relações biomecânicas entre os segmentos corporais. Desse modo, com o alinhamento mais próximo do ideal, os músculos e articulações se encontrarão nas melhores posições de trabalho durante a pedalada.
O ponteiro do marcador está no máximo para demonstrar que a biomecânica é maximizada com os corretos ajustes.

PERSONALIZAÇÃO


Essa é a principal e das mais proeminetes qualidades do bike fit, uma vez que é totalmente voltado para as características e necessidades pessoais do ciclista, pois essas influenciam diretamente a prática esportiva. Para isso, os limites e as particularidades físicas de cada indivíduo são obrigatoriamente respeitados, sem se ater a fórmulas milagrosas ou métodos baseados em “achismo”. Trata-se de ciência.

O bike fit considera a individualidade do ciclista, desde a avaliação inicial da postura e das flexibilidades segmentar e global das cadeias musculares até a implementação dos ajustes dos componentes da sua bike. Esse cuidado e toda a atenção dispensada no processo são fundamentais, pois a correção de pequenos detalhes pode proporcionar uma grande diferença para o ciclista.

Durante sua realização, é indispensável que medidas dinâmicas sejam efetuadas com o ciclista em sua própria bike. Esta, por sua vez, estará sobre um rolo fluido específico que simula o atrito entre o pneu da bike e o solo e aproxima o padrão da pedalada daquele realizado durante a prática esportiva.

O ponteiro do marcador também está no máximo demonstrando a total importância das características e das possibilidades individuais aplicadas ao fit.

CONFORTO


O corpo humano é regido pelas seguintes leis: do equilíbrio, do gasto energético e do conforto, nessa ordem. No entanto, caso o conforto esteja ameaçado, lança-se mão do equilíbrio e do gasto energético para recuperação do conforto, que tenderá sempre a ser privilegiado.

A bike precisa ser como a extensão do corpo do ciclista já que todo o controle e a propulsão deste veículo se originam do corpo humano. Assim, é fundamental que o ciclista possa “vestir” confortavelmente a bike como uma roupa adequada para seu tipo físico.

A interação entre a bike e o ciclista ocorre através de três pontos de apoio: pedais, selim e guidão. Caso estes pontos não estejam adequadamente ajustados, o conforto certamente sofrerá influências negativas, o que, por sua vez, poderá gerar pontos de pressão, atrito aumentado e sobrecarga mecânica.

Ao realizar o bike fit, as relações entre estes três pontos e o ciclista são harmonizados de modo a prover maior conforto possível, considerando-se as particularidades de cada indivíduo e seus objetivos com a prática esportiva.

É sempre bom lembrar que o conforto também depende do equipamento utilizado pelo ciclista. Por este motivo o ponteiro do marcador não está no máximo.

PREVENÇÃO


As lesões esportivas no ciclismo podem estar diretamente ligadas a fatores relacionados à postura, à flexibilidade e aos padrões de movimento do ciclista durante a pedalada e outras. Assumir posturas incorretas na bike ou realizar movimentos que exijam muito mais energia do ciclista podem gerar lesões nos pés, tornozelos, joelhos, quadris, coluna, punho e mãos.

Sabe-se que posturas sustentadas e movimentos repetitivos podem gerar alterações no sistema musculoesquelético, o principal responsável pelos nossos movimentos. Analisando a atividade, o ciclismo engloba exatamente estes dois padrões de comportamento: movimentos repetitivos para os membros inferiores e posturas relativamente sustentadas para tronco e membros superiores.

Assim, caso as articulações dessas regiões estejam trabalhando dentro de limites inadequados, estes padrões de comportamento podem causar desconfortos musculoesqueléticos. Estes últimos podem ser indicativos de sobrecarga mecânica, o que pode gerar microlesões e, em médio ou longo prazo, lesões ou patologias específicas.

A prevenção de lesões, assim como a performance, é também dependente de inúmeros outros fatores internos e externos ao ciclista. O ajuste da bike de modo a permitir que o alinhamento corporal esteja dentro de limites de amplitudes de movimento seguras e eficientes faz com que a sobrecarga mecânica dos segmentos corporais seja minimizada. Isso reduz o estresse local e auxilia na redução do risco de incidência de lesões características relacionadas à prática do ciclismo.

O bike fit direciona seus ajustes para otimizar as ações musculares e proteger as articulações das excessivas cargas desnecessárias, visando assim contribuir para a redução do aparecimento de lesões nos ciclistas. Porém não podemos garantir que uma lesão não acontecerá já que os cuidados do indivíduo em relação à sua saúde são muito importantes também para a prevenção de lesões. Este foi motivo pelo qual o ponteiro do marcador foi posicionado próximo da metade: para demonstrar o máximo que o bikefit pode fazer em prol da prevenção como também colocar o ciclista como agente ativo deste quesito.

PERFORMANCE


A performance em atividades esportivas depende de inúmeros fatores. Dentre eles, o conforto e o alinhamento mecânico possuem especial influência.

Conforme já mencionado, o corpo humano tende a privilegiar o conforto. Quando este não é obtido, as posturas chamadas antálgicas (anti-contra, algos-dor) podem ser adotadas. Entretanto, tais posturas não são eficientes do ponto de vista do desempenho, pois tendem a ser mais dispendiosas em termos de gasto energético.

Além disso, sabe-se que o alinhamento mecânico possui impacto direto sobre a eficiência dos músculos que agem sobre cada articulação. Ao se obter alinhamento o mais próximo do ideal, maior vantagem mecânica dos músculos é alcançada.

Com o bike fit, a otimização do conforto e do alinhamento podem ter uma influência substancial e positiva na performance do ciclista. Além disso, para que se obtenha a máxima performance tanto a preparação quanto a dedicação do ciclista são fundamentais, ficando assim justificado o posicionamento do ponteiro do marcador deste ítem.


Fonte: http://www.bikefitbh.com/

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